quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Chapgras e Modernidade Líquida

O delírio de Chapgras vem corroborar uma tese antiga que tratava sobre o deslocamento de conglomerados psíquicos pelo inconsciente coletivo. Explicações recentes baseadas nos conceitos de "novo inconsciente" nos falam que a estrutura perceptiva inconsciente estaria avariada para a questão do reconhecimento de pessoas conhecidas, em geral a pessoa amada. Entretanto, ainda presumo que a modernidade líquida de Zigmunt Bauman seja uma ventania no interior do inconsciente coletivo.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

substituindo livros


A nitidez dos objetos que afeta os sentidos em dias ensolarados do início da primavera foi forte o suficiente para me levantar o corpo de uma cadeira preguiçosa, e levá-lo até uma biblioteca particular secundária onde uma parte de mim guarda livros não lidos a serem lidos com maior brevidade do que os outros e, por surpresa nem tão surpreendente, lá encontrei apenas livros de metafísica. Como David Hume faria, resolvi retirá-los dali, mas não a ponto de queimá-los. Seguindo a sequência que eu mesmo me impus há quase trinta anos, de ir da matéria desconhecida ao espírito desconhecido, indo e vindo, resolvi retornar à matéria ainda desconhecida partindo da metafísica ainda desconhecida. Substituí os livros de metafísica daquela sub-biblioteca por livros de filosofia da mente e neurofisiologia, tendo em vista o horizonte farmacológico onde criei raízes científicas. Os livros de metafísica retornaram à biblioteca matriz, diluídos entre os livros de poesia, teologia e misticismo.